A Taxa de Juros dos Estados Unidos e a Economia Nacional
por Vera Lucia do Carmo Silva* para FpM.
Taxa de juros é um tema em Economia que gera muita discussão. Não existe uma definição única para o termo, nem um consenso sobre a sua função ou seus efeitos sobre a atividade econômica.

Entretanto, devemos ressaltar que quando um indivíduo adquire uma aplicação financeira qualquer, um título público ou privado, ele objetiva ganhar uma remuneração oferecida pela taxa de juros a ser paga nesses títulos e/ou aplicações.
Em outubro/17, dois eventos agitaram o mercado financeiro nacional: a tendência decrescente da taxa de juros brasileira e a expectativa de elevação na taxa de juros dos Estados Unidos.
No primeiro evento, queda na remuneração real dos títulos públicos e privados brasileiros, que reduz os ganhos dos investidores estrangeiros, fazendo com que eles possam se sentir desmotivados a manterem os seus recursos aplicados no mercado financeiro nacional. No segundo evento, os investidores são atraídos pela segurança que a maior economia do mundo lhes oferece.
A história nos mostra que a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos é um risco para as economias emergentes, uma vez que isso atrai fluxos de capitais que estavam aplicados nesses países para o mercado financeiro norte-americano.
No caso brasileiro, o país sofreu crises cambiais no passado, provocadas pelas fugas de capitais, pois possuía um nível de reservas internacionais muito baixa, situação que não verificamos atualmente (o Brasil possui mais de US$ 350 bilhões em reservas).
No entanto, vivemos num ambiente caracterizado pela integração dos mercados financeiros e pela livre movimentação de capitais. Sendo assim, uma ação tomada por uma economia gigantesca como a norte-americana pode sim afetar economias menores, em especial, a brasileira, que está sofrendo com uma situação política e econômica que gera muita incerteza e desconfiança.