PIB e Renda Per Capita em 2024
- FpM

- 22 de nov.
- 4 min de leitura
O que é a riqueza de um país e da sua população? Como medir? Qual o interesse desta informação na vida prática das organizações? Os dois critérios mais comuns para determinar a riqueza de um país e sua população são o PIB Nominal e a Renda per capita.
• PIB nominal – produto interno bruto mostra o tamanho da economia. É a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em um ano, convertido para uma moeda comum (geralmente o dólar americano).
• PIB (renda) per Capita indica a riqueza média por pessoa. É PIB total dividido pelo número de habitantes. Ele é um indicador do padrão de vida médio da população.Uma economia pode ser enorme em valores absolutos, mas se sua população for grande, a riqueza por pessoa pode ser relativamente baixa, conforme demonstra o quadro abaixo.

Os EUA são a maior economia do mundo e o 5º país por renda per capita.
A China, segunda maior economia mundial, 4 vezes maior que a Alemanha, a terceira colocada. Pelo critério de renda per capita, que mede a riqueza média por pessoa, a relação se inverte. Enquanto a Alemanha tinha 84,5 milhões de habitantes em 2024, a China tinha uma população de 1,4 bilhão, quase 17 vezes maior.

Neste artigo vamos focar no ranking desenvolvido pela The Economist, publicado julho/25, que incluiu 178 países. A metodologia compara as economias de 3 (três) formas:
(1) PIB per capita com taxa de câmbio de mercado.
(2) Valores ajustados para a renda e custo de vida local, ou seja, considera a paridade de poder de compra (PPC, em inglês PPP - purchasing power parity)
(3) Ajustado por preço relacionados as horas trabalhadas
O estudo excluiu alguns países, por tamanho como Barbados ou modelo de cálculo de PIB, o que inclui Luxemburgo* e Irlanda. Importante frisar que a metodologia desconsidera desigualdades valores de ativos.
*Luxemburgo, na maior parte das publicações (FMI/ Banco Mundial), é classificado como o país com maior renda per capita. O PIB per capita é considerado inflado por fatores externos (multinacionais, trabalhadores transfronteiriços). É interessante verificar a distribuição entre os países com dispersão em escala logarítmica, e como se reduz ao aplicar os ajustes.
O quadro abaixo destaca os países nas 5 primeiras posições pelos 3 (três) critérios em 2024, lembrando que o estudo exclui a Irlanda.

Considerando os 3 critérios da publicação se destacaram 9 (nove) países, sendo que apenas 2 (dois) países se encontram nas 3 (três) classificações
5 na Europa (Suiça, Noruega, Islândia, Dinamarca e Bélgica)
2 na Ásia (Singapura e Macau)
1 no Oriente Médio (Catar)
Suíça e a Noruega se enquadram nos 3 critérios, além de alta renda por poder de compra, tem o melhor reação com horas trabalhadas.
Com exceção dos EUA com população de 345 milhões, os demais países com alta renda per capita tem população inferior a 12 milhões de habitantes.
No geral, países com baixa população e com especialização em setores de alto valor agregado, como serviços financeiros e tecnologia, conseguem gerar riqueza elevada por habitante.
Suíça com bancos, farmacêuticas, relojoaria de luxo. O PIB total pequeno em comparação com EUA e Brasil, com baixa população impacta em PIB per capita e PPC entre os 5 maiores do mundo.
Noruega se destaca por energia (petróleo e gás) e gestão eficiente de recursos naturais.
Porém, é importante lembrar que nenhum desses índices mede desigualdade interna, apenas indica a média.
Outro ponto importante é que estas métricas não levam em conta os valores de uma população. O conceito de riqueza pode variar. Nem todos estão interessados em relógio de luxo.
O modelo publicado pelo The Economist (2024), que calcula PIB considerando paridade de poder de compra (PPC) e horas trabalhadas, é inovador porque tenta medir produtividade e riqueza de forma mais realista. Como toda metodologia, apresenta limitações e recebe críticas por comparar países com diferentes estruturas de trabalho e, principalmente, ignorar desigualdades internas.
Sobre desigualdades, Singapura quanto o Catar apresentam desigualdades internas significativas, em função da composição da população entre trabalhadores locais e estrangeiros, principalmente em construção civil e serviços domésticos.
No Catar, 90% da população é composta por imigrantes de baixa renda que não se beneficiam da riqueza nacional.
Singapura contem em torno 40% de imigrantes na composição da população. Curiosamente conseguiu se tornar uma Blue Zone* em 2024 apesar da diferença salarial interna porque o país compensou desigualdades com políticas públicas robustas em saúde, moradia e educação, criando condições para que a maioria da população tenha acesso à qualidade de vida elevada e expectativa de vida longa.
* Blue Zones são regiões onde as pessoas vivem mais de 100 anos em proporção muito maior que a média global. Singapura a expectativa de vida ajustada por saúde acima de 86 anos.Na vida prática estes conceitos podem ser adaptados para a região de atuação das empresas e ajudar na definição da estratégia, seu público alvo. As organizações podem desenvolver seus próprios índices, tendo em vista que o conceito de bem-estar pode variar em cada localização.
Fontes dos dados, todos com acesso em 20/11/2025
(4) Índice de Gini
Fonte da imagem:
(1) Freepik
(2) The economist em jul/25
(3) Dois quadros com desenvolvimento da Ness Consultoria






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