top of page
  • Foto do escritorFpM

Conceitos em Crédito

Atualizado: 24 de jun.

Vamos conhecer alguns conceitos em crédito que aparecerem na imprensa especializada com a situação da Americanas no início de 2023. São muitos, como Direitos Creditórios, não pretendemos esgotar neste artigo. Temos:


Conceitos em Crédito

 
  • Direitos creditórios

Vendas a prazo e/ou parceladas significam crédito ao cliente, geram valores a receber, são os direitos creditórios.


Incluem desde cheques pré-datados, duplicatas, parcelas de cartão de crédito, prestação de serviços, hipotecas, contratos de aluguel, ganho em disputa judicial, créditos de operações industriais e outros.


Estes direitos podem ser antecipados e/ou cedidos. Ou seja, a receita futura pode ser “vendida”.


  • Antecipação de recebíveis

Ocorre quando a empresa negocia os direitos creditórios com alguma instituição financeira e/ou outras autorizadas, recebendo a vista, com um desconto de taxas e juros.


  • Cessão de direitos creditórios (cessão de recebíveis)

Processo no qual uma das partes (cedente) transfere a terceiro (cessionário) seus direitos.


Neste caso, uma securitizadora* torna-se responsável por antecipar os recebíveis para a empresa e passa a ter o direito de receber os valores que serão pagos pelos clientes.

*Securitizadora é uma instituição não financeira, atua no mercado financeiro, sendo responsável por transformar as contas a receber em títulos negociáveis, age como intermediária financeira. Não é sinônimo de seguradora.

  • Securitização de recebíveis

A securitização acontece de uma forma parecida a antecipação de recebíveis.


Na prática, é a transformação de um fluxo de pagamento em títulos negociáveis no mercado para aquisição dos investidores intermediado por uma securitizadora.


A cessão definitiva é uma condição. O que difere de um financiamento com garantia de ativos.


Se encontra nesta categoria: CRI, CRA, debêntures, FIDCs


Esta operação permite obter recursos por parte da empresa sem comprometer seu limite de crédito e seus índices de endividamento. Assim, qualquer ativo que forneça fluxo de caixa futuro pode ser securitizado. O risco passa a ser do investidor.


  • Fundos de Direito Creditórios (FIDC)

FIDC é formado por títulos privados de crédito (pelo menos 50%), oriundos do contas a receber das organizações.


Ao adquirir estes títulos, as instituições financeiras podem transformas em cotas e revender a investidores, que assumem o risco, e ganham um retorno.


A operação é uma triangulação. Ao contratar o risco sacado, uma companhia solicita ao banco para realizar o pagamento do fornecedor, passando a dever ao banco.


Risco sacado pode ser considerado como uma modalidade de crédito com taxa menor que empréstimos e financiamentos disponibilizada pelo comprador com a instituição financeira parceira para seus fornecedores.


Risco passa a ser dos bancos. A taxa seria melhor em função do relacionamento do comprador com o banco.


  • Covenants

Empréstimos podem ter garantias. Muitos são reais como terreno, imóvel ou carro.


Covenants são garantias, compromissos explicitados em contratos. Caso sejam descumpridas, a dívida pode ser cobrada antecipadamente. Exmplos:

· teto para o endividamento da empresa

· vincular os recursos do empréstimo a um projeto específico

· manutenção do rating (classificação) da companhia

· prestar contas regularmente de fatos relevantes

· autorização para a entrada de novos sócios no negócio


Esses instrumentos são comuns em grandes financiamentos, mas são especialmente usados por empresas que estão emitindo debêntures (compromissos de proteção).


  • Confirming

Confirming é um serviço de gestão de tesouraria disponibilizado pelas instituições financeiras, visando simplificar o processo de pagamento entre empresas e fornecedores. É semelhante ao risco sacado. O confirming adianta pagamentos da empresa ao fornecedor.


  • Circularização da auditoria

A circularização é o procedimento pelo qual determinadas operações ou saldos são validados nas contas contábeis. Esta, solicitando informações de terceiros ligados à empresa. Este é um processo que faz parte do processo de auditoria externa.


  • Hair Cut

Em finanças “corte de cabelo” significa redução da dívida. Se trata do “perdão” de parte da dívida ocorrendo em casos de grave crise financeira, quando a empresa corre risco de recuperação judicial ou falência.


  • Financiamento DIP

O modelo a legislação de direito falimentar norte-americana, inspirou à Lei de Recuperação Judicial brasileira (Lei n° 11.101/2005).


Nos EUA as empresas em recuperação judicial conforme o capítulo 11 do código de falência (Bankruptcy Code) tem acesso a novas linhas de crédito, via DIP Financing (debtor in possession financing), em livre tradução “Devedor em Posse”.


O DIP Financing é uma modalidade de financiamento para empresas que estejam em processo de recuperação judicial, com plano aprovado ou em discussão por seus credores para o pagamento de suas dívidas.


A sua principal finalidade é recompor o caixa da empresa para financiar despesas operacionais como pagamento de fornecedores, salários, despesas administrativas, etc.. Assegurando condições necessárias para o cumprimento do plano de recuperação.


A Americanas, por exemplo, fez m DipFinancing em 2023 no valor de R$ 3,5 Bilhões, dividido em duas tranches (divisão do contrato):

  • Tranche 1: R$ 1 bilhão, integralizado pelos acionistas de referência da companhia no início de 2023.

  • Tranche 2: R$ 2,5 bilhões, em forma de debêntures em maio/23.


Vamos continuar com o tema....

 

Fonte da Imagem: by storyset on Freepik

 
189 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


bottom of page