A queda da taxa de juros do Brasil tem forçado a busca de investimentos mais diversificados e rentáveis.
Você já pensou em comprar ações de empresas originalmente negociadas no exterior?
É possível investir nestas empresas no Brasil sem conta em corretora estrangeira através de BDR (Brazilian Depositary Receipts) - Certificado de Ativos Estrangeiros - que são negociados na B3 (Bolsa de Valores).
A regulamentação de BDRs tem mais de 20 anos, remonta a abr/2000 através da Instrução CVM nº 332. Novas regras fixadas pela resolução CVM3 em ago/2020 flexibilizaram o acesso do investidor do varejo a este produto. Até esta data era restrito a investidores qualificados - aqueles com mais de 1 milhão em ativos financeiros.
O que são BDRs?
São papéis dos quais o investidor tem a posse por meio de certificados (recibos) que são garantidos por instituições financeiras no Brasil, os custodiantes.
BDRs permitem acesso a empresas internacionais de capital aberto, abre possibilidade de investir em setores com pouca representatividade na Bolsa no Brasil, e também pode ser atrelado a outros produtos, como títulos de renda fixa internacional.
Os papéis (BDRs) são lastreados em ativos, geralmente ações, de companhias abertas ou semelhantes, com sede no exterior. Abrange empresas negociadas nos Estados Unidos, tanto na Nasdaq como da NYSE (New York Stock Exchange), mas não necessariamente americanas. Podem ser empresas da Argentina, México, Reino Unido, Rússia, Austrália, etc..
A grande vantagem do produto é ter acesso a companhias estrangeiras sem custos de remessa ao exterior, negociada com moeda local.
BDRs se classificam em função da forma de negociação:
· BDR não patrocinado é emitido por uma instituição depositária, sem envolvimento da companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários que servem como lastro. A instituição depositária é responsável por divulgar as informações das empresas. Este é o tipo que compõe a maior parte dos certificados na B3, sendo que começaram a ser negociadas em 2010. Antes disso somente existiam os BDRs patrocinados.
· BDR patrocinado ocorre quando uma companhia emissora dos valores mobiliários no exterior contrata no Brasil uma instituição depositária, a qual será responsável por emitir os BDRs. Neste caso a empresa emissora tende a ter interesses específicos no país, é chamada também e patrocinadora. Se subdivide em Nível I, II e III, sendo que no nível I é dispensado registro na CVM.
Como fazer?
O processo é semelhante ao da aplicação em ações brasileiras. No final de nov/20 estavam listados na bolsa brasileira quase 700 BDRs. Entre os papéis mais negociados após as novas regras, entre 22/out até 05/nov, segundo a B3, se encontram Google (Alphabet), Mercado Livre, Tesla, Apple e Alibaba.
Para investir busque uma corretora de confiança. Verifique os custos e tributos destas transações.
Importante! Este investimento não é recomendado para quem tem perfil conservador pois possui riscos!
Antes de aplicar em BDR se informe bastante. É preciso entender suas particularidades. Os BDRs, apesar de serem ações das companhias, não torna os investidores sócios, a posse é da instituição custodiante. As empresas seguem a regulamentação do país de origem.
Além do risco inerente ao mercado de renda variável, o preço do título varia com as oscilações da economia global, do país onde está sediada a empresa e do local, além do risco cambial. Ou seja, ao fazer a análise é preciso comparar o desempenho no país de origem somado à variação cambial.
Existem outras formas de investir no exterior em fundos de investimentos internacionais e diretamente nos mercados de ação em outros países. Mas isso é assunto de outro post...
Se estiver se aventurando nesta forma de aplicação conta para a gente a sua experiência.
Fonte da Imagem: Wix Pregão
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