Não há dúvidas de que esta pandemia é o 1º desafio comunitário global e gerou um “stress test” para todas as camadas da sociedade, especialmente para as empresas, que tiveram sua infraestrutura e sua cultura postas em xeque abruptamente.
Na fase inicial de reação, a agilidade para colocar novas ideias em prática foi fundamental para se enquadrar na nova realidade. A necessidade de intensa comunicação interna e externa, a tomada de decisões rápida e a criação de grupos de trabalho e gestão de crise, contribuíram para se chegar a soluções, mesmo que sejam mudadas depois.
Englobar mudanças tecnológicas passou a ser determinante e muitas empresas que não tinham senso de urgência para isto, foram obrigadas a mudar sua forma de trabalhar e de se relacionar com os integrantes de suas cadeias de valor (fornecedores, clientes, bancos, funcionários etc). A crise acelerou a adoção de mudanças tecnológicas, que vieram para ficar.
As empresas que tinham uma cultura de gestão de riscos e de planejamento e controle, tiveram mais elementos para avaliar os impactos no seu fluxo de caixa e subsidiar as tomadas de decisão, inclusive reavaliando investimentos de curto e médio prazos.
Passada a fase de reação à crise, é importante pensar naquilo que é relevante para a continuidade dos negócios.
As empresas precisaram rever seu modelo de negócios, buscando novas rotas para comercialização de seus produtos, e consequentemente novos parceiros. A crise trouxe a oportunidade de se rever processos, eliminando etapas, aprimorando rotinas.
A dependência do mercado externo em alguns segmentos (equipamentos médicos por exemplo) foi posta à prova e provavelmente a indústria nacional terá oportunidades de participar das novas cadeias de suprimentos.
Como planejar a retomada?
Como equilibrar o trabalho remoto com o presencial? O trabalho remoto é mais sustentável, gerando um impacto ambiental positivo forte. Mas, por outro lado, sabemos que a interação com os demais colegas é um fator importante para o desenvolvimento dos talentos mais jovens.
Manter a cultura da empresa, a motivação e a produtividade dos funcionários à distância passou a ser um desafio.
Os gestores precisarão avaliar que áreas e profissionais precisam estar juntos fisicamente e com que frequência. Não há dúvidas quando pensamos numa linha de produção de uma fábrica, mas quando pensamos em áreas de apoio, cada caso deverá ser estudado.
Será necessária uma regulamentação mais estruturada do home office, além de se aprofundar na questão da segurança de dados. Muito provavelmente, novas formas de contratação surgirão, pois a barreira da distância foi quebrada e as empresas poderão contratar pessoas que residam em outras cidades e até mesmo outros países.
Cada vez mais a tecnologia fará parte da vida das pessoas, trazendo à tona o debate entre privacidade, segurança da informação e interesse coletivo.
Na nova realidade, teremos menos viagens de trabalho, que serão substituídas por reuniões virtuais. Novos padrões serão adotados nos espaços de trabalho. Regras para uso de elevadores, áreas menores onde espaços abertos perdem lugar para salas com divisórias, rotas de circulação demarcadas nos escritórios para garantir uma distância segura entre os funcionários, além, claro, dos itens de higiene.
Muitas indústrias têm observado mudanças nos hábitos de consumo, com o crescimento de vendas de alimentos mais nutritivos, produtos de limpeza mais práticos, de utensílios que dão “menos trabalho” e itens eletrônicos como câmeras e fones de ouvido. O setor imobiliários residencial já registra uma demanda por imóveis com escritório.
Está claro que o mundo mudou rapidamente, incluindo hábitos de consumo e de relacionamento e que por isso, temos que reaprender a nos relacionar/conectar, a trabalhar e constantemente repensar papéis e processos da empresa.
Fonte da Image: Wix Ring of Light Bulbs
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